Os ensaios presentes no livro de estreia de Angela Beatriz apresentam preciosas chaves para a interpretação de narrativas de autoria feminina da Literatura Portuguesa dos séculos XX e XXI. Nomes significativos   como Lidia Jorge, Maria Judite de Carvalho, Maria Teresa Horta, Sophia de Mello Breyner Andresen e Teolinda Gersão   são objetos de estudos cujas abordagens de caráter intertextual e multidisciplinar constituem característica marcante. Não à toa, portanto, são propostos diálogos dos textos literários com áreas diversificadas, como, por exemplo, Artes Visuais e Música. Alice e Penélope, arquétipos dos mais potentes do imaginário ocidental, emergem aqui não apenas como referência ou inspiração, mas como catalisadoras para as análises elaboradas. Entre palavras, imagens e sons, Alice e Penélope na ficção portuguesa contemporânea é proposta rica, múltipla, semiótica e sinestésica, forjada sob o signo da diversidade.