Na manhã seguinte ao fatídico 11 de Setembro, George W. Bush convocou Richard A. Clarke ao gabinete presidencial. A ordem era curta e grossa: encontrar, a qualquer custo, vínculos entre o já debilitado Iraque e o atentado às Torres Gêmeas. De acordocom o agora ex-secretário de Contraterrorismo, o presidente ignorara até então todos os alertas em que Osama bin Laden e sua al Qaeda apareciam no centro das ameaças à segurança do país. A fatura dessa política internacional "neocon" vem sendo cobrada até os dias atuais (pelos constantes reveses no Oriente Médio), e a divulgação de seus bastidores por Clarke no livro Contra todos os inimigos, em 2004, caiu como uma bomba sobre a opinião pública americana. Por três décadas, Richard A. Clarke trabalhou na Casa Branca, no Departamento de Estado e no Pentágono. Consultor de quatro presidentes americanos, viajou por todo o Oriente Médio, visitando palácios, bases militares e centros de inteligência, apertando a mão de governantes, soldados e espiões. O ex-assessor, entretanto, não estava totalmente satisfeito com Contra todos os inimigos. Em sua opinião, faltava passar a limpo alguns detalhes. Nas palavras do autor, "a ficção, às vezes, pode ser mais verdadeira do que a realidade. E há muito mais verdade que precisa ser contada". Ele resolveu pôr mãos à obra e escreveu sua primeira obra de ficção, um extraordinário thriller geopolítico, cuja autenticidade revela seu profundo conhecimento sobre o que escreve. 'O portal do escorpião' nos leva a um futuro não muito distante. Um golpe de Estado acaba de derrubar os xeiques da Arábia Saudita, pondo em seu lugar um instável governo regido pelas leis islâmicas. Como resultado, o forte cheiro do petróleo começa a atrair alguns "escorpiões" à região, entre os quais alguns poderosos de Washington e de outras capitais influentes, prontos para alinhavar um novo mapa do Oriente Médio. Os planos dos interessados, entretanto, não são os mesmos.